Primeiramente,
queremos agradecer a Professora Izete por sua colaboração. Por ter aberto um
espaço em sua agenda para poder falar conosco. Muito obrigada!
Quando fui
aluna da Professora Izete, eu não era muito comportada, admito. Mas reconheço
que a Professora fez, e faz até o hoje um bom trabalho. Não só como professora,
mas como um membro da escola. Não são todos que conseguem chegar tão longe. Admiro
não só a profissional que a senhora é, como também admiro o ser humano.
Mais uma
vez, obrigada!
Confira a
seguir a entrevista!
Queremos um breve resumo sobre a
história da escola. Não precisa ser necessariamente detalhado. Algumas
informações. Se a senhora puder contar um pouco.
Como eu vim pra cá em uma idade muito
“menina”, tem coisas que eu não lembro. Como por exemplo, o fardamento. Algumas
coisas eu não lembro, mas posso dizer que a escola era isso aí mesmo, sem as
salas novas, e sem o corredor. Lembro que tinha a entrada, sem aquele portão,
praticamente não tinha muro. As portas nas entradas, eram lá pela frente mesmo,
não era aqui por dentro do corredor. Onde você pode ver alguns lugares
“vazados” nas salas, ali era a porta. Cada sala do lado mais alto tinha uma
escada. Uma escadaria que nós subíamos, e ao mesmo tempo uma escadaria que nós
descíamos. Então era dessa forma. Com o passar do tempo esses detalhes foram
tirados, né?! O telhado, na época, era Eternit. Teve um momento que aconteceu
uma chuva muito forte, com muito vento, trovoada, e esse telhado todo foi açoitado
para as poucas casas que tinham ali. Eu lembro que em frente à escola não tinha
casa nenhuma, era uma fazenda. Eu lembro algumas coisas.. a questão do
aprendizado. Hoje eu sou fruto da escola pública, passei pelo primário, sai
daqui na 5ª série do primário, e fiz uma prova de admissão, e fui pro Estadual.
De lá fiz o meu 1º grau, 2º grau, e de lá fui pra UNEB. E assim, toda a minha
vida acadêmica foi em uma escola pública, então, tenho que dar nota dez para a
escola pública. E também, eu busquei isso, procurei estudar. Também tem a
questão dos professores. Antigamente, eram aqueles professores um tanto rígidos.
Eles queriam que o aluno estudasse, queriam que o aluno se desenvolvesse. Então
tudo isso aconteceu. Foi um conjunto de coisas. E na época também, teve a
questão da família. A família “chegava junto”. A família exigia, cobrava. Eu
tenho muitos colegas hoje que eles estão com as vidas arrumadíssimas. Na Petrobras,
Correios, enfermeiro, Policia Militar, vários deles. Conheço muitos
professores.
Como é voltar pra escola que a
senhora estudou, mas agora como professora?
Pra mim é muito gratificante.
Trabalho com muito prazer aqui. Porque naquela época eu pude ver a minha
necessidade como aluna, de meus pais não terem condição financeira, e eu estudar
aqui. E hoje eu vejo que muitos alunos, MUITOS, também passam pelo mesmo
problema que eu passei: A necessidade. Enquanto outros têm esse ajuste, mas
vejo outros também que precisam, pelo ao menos, da nossa atenção. Compreenderem
o conteúdo. Ter noção do conteúdo. Ás vezes eu fico triste porque nas quintas
séries eu vejo alunos que vem do primário sem uma boa base. É onde eu vejo a
dificuldade desse aluno. O aluno precisa ter uma boa base.
Como era o ensino quando a senhora
estudou no Maria José Bastos?
Sempre há mudanças. Sempre. Mas eu
lembro que naquela época o aluno só saia da 4ª série se soubesse ler, escrever,
e dominar as quatro operações. Quem não soubesse não saia da 4ª série, repetia
independente da opinião dos pais. Tinham pais que exigiam. Hoje é um pouco
diferente, né?
Teve algum momento no tempo que a
senhora estudou aqui, ou até mesmo ensinando que marcou?
Estudando eu pude ver, assim..
Colegas meus da época com a vida organizada. Isso aí é um resultado do estudo.
Porque o estudo engrandece o sujeito, quem dá uma vida realmente melhor para o
cidadão é o estudo. Quem quiser ter sua vida organizada futuramente, precisa
estudar. Eu me lembro que meu pai falava muito isso: “Olha tem que estudar! Eu
não tive oportunidade para estudar, mas vocês..Vão estudar! Porque quem dá
alguma coisa na vida é o estudo”. Através da fala também de meus pais, eu pude
ver isso. E hoje, temos alunos que saíram daqui recentemente que conseguiram se
organizar. Até mesmo passar no ENEM e ir para a faculdade.
A senhora poderia deixar uma mensagem
positiva sobre os 50 Anos da Escola?
Assim... A minha palavra no momento é
que a escola é feita por todos. Não é somente um aluno. É um conjunto: Aluno, professores, tem o corpo docente, o
corpo discente, e o pessoal que também faz um bom trabalho. O suporte da
limpeza, a merenda escolar. A minha palavra positiva neste momento é que nos
empenhemos para a escola pública ser até melhor. Que façamos como pessoas, com
a responsabilidade em mãos de ser orientadores, que façamos um bom trabalho.
Por: Milena Silva e Sara Paloma
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